Deficientes sofrem constrangimento e humilhação para obtenção da CNH

12/03/2013 Notícias 0

Durante essa semana, tomei conhecimento da notícia de que pessoas com deficiência no Mato Grosso do Sul, ficam mais de dois anos na fila para conseguir a carteira Nacional de Habilitação (CNH) para deficientes físicos. Tive esse mesmo problema no ano de 2002, no Estado de São Paulo, e pelo visto essa situação perdura até hoje. Ou seja, nada mudou em onze anos.

Lamentavelmente isso tem ocorrido em vários Estados brasileiros, devido a alguns fatores: a falta de carros adaptados para aulas práticas para pessoas com deficiência física; ao grande número de instrutores que não estão capacitados, pois não há um curso específico para esse caso; a localização de autoescolas, que muitas vezes, ficam distantes ao local de moradia, fazendo com que o candidato tenha que se deslocar para outra cidade; pagamento em dobro para obter a CNH, como foi o caso de um morador de Goiânia, que teve que desembolsar a quantia de R$ R$ 2.279,15, ou seja, o dobro que uma pessoa sem deficiência pagaria para obter o mesmo processo; e até mesmo gasto extra por parte do candidato com as adaptações dos automóveis. A meu ver isso é constranger, explorar e humilhar a pessoa com deficiência, que está em busca da realização de um sonho, de um projeto de vida, enfim da conquista do direito de ir e vir. Essa questão não deveria ser tratada com descaso, mas sim, deveria ser assegurada pelo Estado.

Penso que esse assunto precisa, urgentemente, ser revisto, modificado e normatizado, pois até onde sei o DETRAN de São Paulo diz que não existe na legislação federal nenhuma norma que obrigue o CFC (Centro de Formação de Condutores) a dispor de atendimento para pessoas com deficiência e que cada empresa pode atuar de modo livre, pois são estabelecimentos comerciais. Ou seja, cada um faz o que bem lhe parece, de acordo com seu interesse. Certamente esse é um terreno fértil para oportunistas de plantão. Isso é imoral!

Diante dessa situação pergunto: como fica o 5º artigo da Constituição Federal que diz que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza…”? E a questão da acessibilidade, tão propagandeada pelo governo? E o direito de ir e vir?

* Matéria retirada do site Deficiente Ciente

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