Renee Hill explica sintomas e tratamento de apraxia

16/07/2014 Notícias 0
Renee Hill é especialista em distúrbios da fala com mais de 15 anos de experiência

Renee Hill é especialista em distúrbios da fala com mais de 15 anos de experiência

Renee Roy Hill é fonoaudióloga com mais de 15 anos de experiência profissional. Sua especialidade são distúrbios motores e desordens da fala. Ela é autora da “Apraxia Kit” e co-autora do manual “Ice Sticks”, ambos sobre terapias da fala. Atualmente, ela atende na Crossroads Therapy Clinic (acesse o site), no Texas, Estados Unidos, especializada em apoio à família e melhoria da qualidade de vida dos pacientes com problemas de fala e linguagem. Renee Hill foi uma das palestrantes da “2014 Mission Possible Down Syndrome Cruise Conference” (acesse aqui), realizada a bordo do navio Celebrity’s Solstice – The Jewel of Alasca, um cruzeiro que percorreu diversas cidades americanas e canadenses durante sete noites, partindo e chegando em Seattle, Washington, entre 4 e 10 de julho último.

Nesta entrevista, Renee explica o que é apraxia, seus sintomas e dá exemplos de tratamentos que realiza em pessoas com o distúrbio. Estima-se que 60% das crianças com síndrome de Down tenham apraxia. Quem quiser ouvir a entrevista original com a fonoaudióloga, pode acessar o canal do Sem Barreiras no Youtube. A entrevista está em inglês.

O que é apraxia?
Apraxia é um distúrbio motor da fala, que é um pouco mais complexo do que outros problemas de fala mais recorrentes. O distúrbio ocorre no processamento neurológico, quando o cérebro não envia ao sistema motor os comandos adequados para produção do som. Por exemplo, para dizer a palavra “bola”, uma pessoa pode entender o que a palavra significa e saber pronunciá-la mentalmente, mas quando tenta vocalizar “bola”, sai outra coisa, como “dá”. E a maioria das pessoas com apraxia, que não apresentem problemas cognitivos, vai ouvir essa diferença e tentar modificar a pronúncia na próxima vez, dizendo “du” e depois “bá”, e assim por diante. É uma falha na transmissão da informação do cérebro até a boca.

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Como é o tratamento de apraxia?
Quando trabalhamos com apraxia, especialmente com crianças com síndrome de Down, descobrimos que se dividimos a palavra em partes mais fáceis, focando menos o vocabulário e mais a imitação de som ou sílaba, até construir o vocábulo, geralmente temos mais sucesso no tratamento.
Outra coisa que fazemos muito é adicionar informação tátil no trabalho com crianças com o distúrbio. Quando a pessoa ouve uma informação, mas o cérebro não diz à boca como agir, nós podemos ajudá-la a sentir o que fazer, induzindo os movimentos da boca, para que a criança possa imitá-los. Essa informação tátil mostra ao cérebro o que fazer, melhorando, assim, a imitação. Tentamos aperfeiçoar as habilidades de imitação para que no futuro a gente consiga ensinar a criança a falar sílabas e palavras.

Quais os sintomas da apraxia?
Há um grande número de crianças com Síndrome de Down recebendo diagnóstico de apraxia. Alguns dos indícios do distúrbio são: crianças que não balbuciam muito quando pequenas; crianças com um pequeno repertório de consoantes e, principalmente, de vogais; crianças que conseguem dizer certas palavras quando estão brincando e ninguém está falando com elas, mas que são incapazes de reproduzir a mesma palavra quando alguém lhe pede. Os sintomas-chave de apraxia na verdade são um conjunto desses indícios. Às vezes, é necessário identificar de 8 a 10 características como essas para se diagnosticar uma pessoa com apraxia. Se alguém apresenta apenas uma ou duas características, pode significar um distúrbio de fala diferente. Então, é realmente necessário que o profissional tenha um conhecimento de desenvolvimento motor de fala para diagnosticar corretamente uma criança com apraxia. Não é possível, por exemplo, identificar apraxia se a criança não vocaliza, apenas balbucia. É necessária a verbalização. Em crianças com Síndrome de Down, há também questões de ordem motora, o que pode tornar o diagnóstico ainda mais traiçoeiro. Se a pessoa não possui um bom controle motor dos músculos, pode apresentar dificuldades na fala. Nesses casos, quando você melhora a função motora oral, a apraxia já não parece tão grave, porque as bases estão lá. Por isso, estamos constantemente tentando equilibrar as diferentes funções para poder descobrir qual deles está de fato afetando a fala. Para haver progresso, precisamos ajustar a terapia frequentemente, dependendo do que vemos naquele momento.

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Qual a diferença entre apraxia e disartria?
Apraxia é um distúrbio neurológico, acontece no cérebro. Disartria é um distúrbio relacionado aos músculos, há uma fraqueza muscular que afeta a clareza com que a pessoa diz a palavra. Na apraxia, a pessoa fala uma palavra claramente, mas com a vocalização errada.

* Esta entrevista foi retirada do site do Movimento Down

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