Homem em uma cadeira de rodas controlada por movimentos faciais

Pesquisadores criam cadeira de rodas controlada por expressões do rosto

06/05/2016 Deficiência Motora, Notícias 0
Duas fotos, lado a lado; à esquerda, um rosto masculino com vários pontos em torno dos olhos, boca e nariz e uma marcação, em amarelo, de computador; à direita, o mesmo homem em uma cadeira de rodas controlada por movimentos faciais

Cadeira identifica mais de 70 pontos na face e extrai comandos simples, como avançar, recuar, esquerda ou direita

Uma cadeira de rodas que pode ser controlada por pequenos movimentos da face, da cabeça ou da íris foi desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

O equipamento ainda é considerado experimental e de alto custo. Porém, o projeto de pesquisa tem como objetivo adaptar a tecnologia para torná-la mais acessível e colocá-la no mercado brasileiro dentro de dois anos. Segundo o professor Eleri Cardozo, a tecnologia poderá beneficiar pessoas com tetraplegia, vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), portadores de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) ou outras condições de saúde que impedem o movimento preciso das mãos.

Processo de criação
O grupo do projeto adquiriu uma cadeira motorizada convencional, retirou o joystick e a equipou com diversos dispositivos normalmente encontrados em robôs, como sensores capazes de medir a distância de paredes e de outros objetos ou detectar diferenças de profundidade no piso.

O protótipo também foi equipado com um notebook que envia os comandos diretamente para a cadeira e com uma câmera 3D, que permite interagir com o computador por meio de expressões faciais ou movimentos corporais. A cadeira tem ainda uma antena wi-fi que permite a um cuidador dirigir o equipamento remotamente, pela internet.

A câmera identifica mais de 70 pontos da face – em torno da boca, do nariz e dos olhos – e, a partir da movimentação desses pontos, é possível extrair comandos simples, como ir para frente, para trás, para a esquerda ou direita e, o mais importante, parar.

Eleri Cardozo, pesquisador
Pensando em pacientes com quadros ainda mais graves – que impedem até mesmo a movimentação facial – o grupo também trabalha em uma tecnologia de BCI que permite extrair sinais diretamente do cérebro, por meio de eletrodos externos, e transformá-los em comandos. O equipamento, no entanto, ainda não está embarcado na cadeira robotizada.

* Matéria do Portal UOL

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