A estimulação precoce
A proposta deste espaço é compartilhar diversas experiências sobre a vida de uma pessoa com Síndrome de Down, desde a gestação até a terceira idade. Falamos no último encontro sobre o papel dos novos pais, que necessitam de serenidade e coragem para enfrentar a situação inesperada e partir para a luta de inclusão de seu filho na sociedade.
Ainda comemorando o Dia Internacional da Síndrome de Down, o 21 de março (assista aqui vídeo especial de Sem Barreiras sobre a data e se inscreva em nosso canal), não podemos deixar de registrar com satisfação que foram muito produtivas as iniciativas das associações e dos militantes da causa da inclusão, destacando eventos realizados no Shopping Benfica, em Fortaleza, e reuniões com representantes das secretarias de Educação e de Saúde do Município, para propor medidas concretas de ação governamental no combate à exclusão. As propostas vão no sentido de compartilhar e sensibilizar toda a rede de atendimento médico sobre as diretrizes compiladas pelo Ministério da Saúde para a pessoa com a Síndrome de Down (clique aqui). Para os novos pais, é fundamental conhecer e aplicar, o mais rápido possível, as alternativas existentes para estimulação precoce.
E o que seria exatamente a estimulação precoce? Vou pegar carona do site do Movimento Down, que nos esclarece: “Estimular a criança com Síndrome de Down desde cedo é essencial para o seu desenvolvimento, por isso ela precisa de mais tempo da família e de especialistas para adquirir e aprimorar as suas habilidades. Uma boa estimulação, realizada nos primeiros anos de vida, pode ser determinante para a aquisição de capacidades em diversos aspectos, como o desenvolvimento motor, a comunicação e a cognição”. Perfeito! O site também disponibiliza um guia de estimulação, confira aqui.
Existem muitas instituições, em Fortaleza, com experiência na estimulação de crianças com a Síndrome. Agradeço, enfaticamente, o apoio que recebi da APAE Fortaleza para minha filha, reputo como fundamental, para o excelente desenvolvimento que ela obteve, esse carinho e atendimento especializado que ela recebeu nos primeiros meses de vida. Não vou citar todas as instituições, o ideal é que os pais procurem a que conjugar uma boa logística (localização, facilidade de acesso, etc.), com capacitação técnica. O Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), da UNIFOR (acesse aqui), também se destaca no apoio que vem prestando à população, mas existem muitos outros exemplos de sucesso nas redes pública e privada. Citarei apenas mais uma instituição, que iniciou recentemente esse tipo de atendimento, principalmente, por conta do incremento de casos de microcefalia: o Recanto Psicopedagógico (conheça aqui), instituição que, há mais de 40 anos, presta bons serviços com eficiência, nas proximidades do HGF.
Importante ressaltar que ainda estou utilizando uma nomenclatura considerada por alguns como defasada, que é a da estimulação PRECOCE. O termo não é, na verdade, o mais adequado, pois o atendimento não é precoce, mas feito no tempo correto, isto é, tão logo a criança possa frequentar esses ambientes, a critério de seu médico. Quem já teve a curiosidade de consultar as diretrizes do MS deve ter percebido que lá é utilizado o termo ESTIMULAÇÃO GLOBAL, mais atualizado. Conservamos a forma original com fins didáticos.
A exemplo da estimulação precoce, outras iniciativas devem ser analisadas pelos pais de pessoas que nascem com algum tipo de deficiência intelectual, como a Síndrome de Down ou o Transtorno do Espectro Autista (TEA – assista aqui a vídeo de Sem Barreiras sobre o Dia Mundial do Autismo e leia aqui matéria sobre a data). Estamos iniciando as comemorações em torno do mês azul, onde o foco vai para as discussões sobre os direitos da pessoa autista; não deixe de ler, em Sem Barreiras, a coluna da colega Fernanda Cavalieri sobre o tema (clique aqui). Importante ressaltar que muitos dos desafios são comuns, tornando de fundamental importância a união de pais e especialistas no tema de pessoas com deficiência intelectual na busca da garantia da plenitude do exercício de nossos direitos.
Até a próxima, quando seguiremos com observações sobre os anos iniciais da pessoa com Síndrome de Down.
Sem nenhum comentário