Garotinha cadeirante faz desabafo sobre aniversário frustrado em parque de diversão
Vitoria Caroline Bernardo queria comemorar seu aniversário de oito anos como qualquer outra criança: brincando e dando gargalhadas em um parque de diversão.
Para isso, se planejou, sonhou, imaginou e viajou, no último domingo (9) de Ibiúna, na região de Sorocaba (SP), até a um shopping center na sona sul de São Paulo, onde fica o Parque da Mônica.
“Vi pelo site do parque que tinham algumas restrições para crianças com deficiência, então liguei lá, antes de ir, para me informar quais eram. A atendente informou que era tranquilo, que minha filha poderia brincar em quase tudo”, diz o pai, Cleferson Bernado, que é motorista.
Mas, a realidade foi outra, segundo o pai e o depoimento da filha, que gravou um vídeo com seu desabafo e colocou nas redes sociais.
“Ela só pode brincar de pintar e ficar em brinquedos parados. Não deixaram ela fazer mais nada”, afirma o pai. Segundo ele, a própria menina quis gravar o depoimento.
De fato, por questões de segurança, atrações mais radicais, que exigem, por exemplo, algum equilíbrio ou força muscular podem restringir acessos. Contudo, em parques de Orlando, nos EUA, raros são os brinquedos que limitam que pessoas com deficiência o usem, uma vez que a segurança foi desenhada e pensada para um público diverso.
“É muito frustrante para uma criança que só queria se divertir, ser vítima de preconceito dessa forma. Não deixaram ela entrar nem em brinquedos inofensivos”, relata Cleferson.
A Lei Brasileira de Inclusão ampara a pessoa com deficiência nesses casos e exige das empresas que prestam serviços ao público em geral que tenham acessibilidade plena.
Uma atração infantil JAMAIS pode se furtar a pensar na diversidade da infância. Não dá simplesmente para dizer “não pode e vai procurar sua turma”. É preciso ter um plano B para contentar a todos.
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o Parque da Mônica mandou a seguinte nota, às 17h51, desta segunda-feira (10).
“O Parque da Mônica possui uma política de inclusão desde sua inauguração e liderou uma comissão de estudo, junto a representantes de renomadas entidades que tratam diretamente com pessoas com deficiência, como AACD, por exemplo, buscando cada vez mais a universalização do uso nos parques de diversão. Os estudos serão apresentados para a ABNT quando da atualização das normas de segurança para parques, prevista para este ano. Sobre o caso em questão, o Parque da Mônica já está em contato com a família para checar todos os detalhes e poder corrigir eventual falha no atendimento, uma vez que consta nos registros a possibilidade de acesso em nove atrações do parque.”
O vídeo é de cortar o coração. A razão fica para cada um avaliar. A divulgação foi autorizada pelos pais. Assista aqui.
* Texto de Jairo Marques, do blog Assim Como Você (clique aqui). A foto foi retirada do vídeo.
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