O Autismo e o Tempo
Segundo o dicionário, TEMPO “é a duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia de presente, passado e futuro”. Dizem que o TEMPO é o melhor remédio. Será?
Realmente, o tempo é relativo. Quando pensamos no autismo, ele é ainda mais variável.
A família quando percebe que seu bebê tem um atraso no desenvolvimento social, motor ou da fala, pode ouvir do pediatra: “Cada criança tem seu TEMPO”. E o TEMPO em que esse bebê poderia estar sendo estimulado para o desenvolvimento dessas habilidades vai passando.
Os pais decidem então procurar um médico especializado, geralmente um neurologista ou psiquiatra infantil. O TEMPO para essa consulta acontecer pode demorar meses.
Na avaliação clínica, o médico levanta a hipótese de Transtorno do Espectro Autista e pede que seja levado a profissionais como fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional para ser estimulado em suas dificuldades.
O TEMPO passa devagar e o diagnóstico sai: autismo. E agora?
Se esse diagnóstico for tardio e a criança não estiver sendo acompanhada pelo serviço de apoio adequado, TEMPO perdido. Já se o diagnóstico for até os três anos, há TEMPO para “investir” porque a plasticidade neural é maior até os 7 anos de idade (plasticidade neural, ou cerebral, é uma capacidade adaptativa do Sistema Nervoso Central que se refere à habilidade para modificar a organização estrutural e funcional em resposta a estímulos ambientais).
Como inserir na rotina diária dos pais o TEMPO necessário para levar seu filho às terapias? Há de se arranjar. As 24 horas do dia parecem poucas, correm rápido demais.
O TEMPO que se espera por cada degrau alcançado nesse desenvolvimento parece passar devagar. A ansiedade marca presença constante na família.
Agora para a maioria dos autistas, o TEMPO de espera também pode parecer infinito. Espera em fila, espera na terapia, espera na parada do ônibus, espera no engarrafamento… Esse TEMPO de espera pode desorganizá-lo e gerar uma crise. Mas, isso já é assunto para outro post.
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