Artistas e empreendedores com Síndrome de Down
No começo do mês, compartilhei com os leitores do Sem Barreiras um pouco da experiência profissional de alguns amigos com síndrome de Down. Hoje, gostaria de indicar alguns casos que vou encontrando pela Internet, graças a uma extensa rede criada a partir de interesses comuns, no caso a SD.
Nem só de trabalho formal vive o ser humano e com os cidadãos com SD também não é diferente. Nem todos têm o perfil para trabalhar como empregado; a realização pessoal, fundamental para qualquer indivíduo, pode ser obtida por meio de outras atividades. Muitos indivíduos com SD são artistas. Sim, artistas, por que não?
Meu amigo Norton, citado na última coluna (leia aqui), recebeu aulas de pintura e tem vendido alguns trabalhos bem interessantes; sim, ainda é iniciante. Mas, promete, com seus trinta anos de idade ainda tem muito talento para apresentar ao mundo. E que tal uma modelo e atriz com Síndrome de Down? Aos treze anos, esta vem sendo a carreira da Geórgia, confira no site Deficiente Eficiente.
Este é o primeiro desafio para nossa sociedade: entender que não existem barreiras, não existem limites. Se existe o potencial e o indivíduo recebe o estímulo adequado, o talento facilmente transparece. Claro, nem todos chegarão a ser excelentes atores, atrizes, modelos ou cantores; mas, também não funciona desse jeito, com os cidadãos que não têm deficiência?
Mesmo considerando que nem todos serão excelentes artistas, precisamos entender que alguns poderão se destacar e até receber o reconhecimento público por isso. Esse foi o caso do ator que recebeu o Prêmio Ariel, do México; pela primeira vez na história, a honraria foi concedida a uma pessoa com SD. Veja um pouco mais no site do Movimento Down.
São muitos sites no mundo inteiro divulgando os avanços e conquistas dos cidadãos com SD, uma pesquisa interessante e apaixonante. Para os interessados, recomendo o site do Movimento Down, muito atuante e sempre atualizado com os avanços e conquistas.
E como estamos falando de artistas, não posso esquecer meu papel de pai coruja. Preciso divulgar o trabalho de minha filha adolescente, a Alice. Aos quatorze anos, ela já conta com dois curtas em sua carreira de apresentadora: no primeiro, ela apresenta uma das instituições onde recebeu apoio, o Recanto Psicopedagógico. Um vídeo de cinco minutos que concorreu a um concurso promovido pela Google. Teve uma boa votação, confira no final desse texto.
No segundo vídeo, Alice já está mais segura no papel de apresentadora e assume o desafio com muita simpatia e faceirice. Tudo bem, é minha filha… Mas, o destaque deste vídeo é que em nenhum momento existe referência à deficiência ou à SD, apenas é abordada uma questão de gênero e de determinação nas artes plásticas. Confira no youtube aqui.
Artistas, gastrônomos, atletas, políticos, os exemplos de diversidade e oportunidades são incontáveis. Exemplos de sucesso. E se vamos comemorar, que tal tomar um café e ser atendido por uma pessoa com SD? Já citei o link, mas vou colar novamente, aqui.
E por que não juntar os talentos e potenciais para montar um negócio? Foi o que fizeram esses jovens argentinos, olha que bacana (acesse). E tem mais, olha esse exemplo nos Estados Unidos, aqui.
São poucos os exemplos ainda, se verificarmos o universo de indivíduos com SD que ainda sofrem com a exclusão em diversos aspectos de suas vidas. Mas, você pode fazer diferença nesse quadro, todos os cidadãos podem participar dessa campanha pela inclusão.
O primeiro passo é acreditar, apoiar qualquer das iniciativas que promovam a inclusão de pessoas ‘invisíveis’ para a sociedade. Vejam esse exemplo bacana de uma instituição de ensino superior: um curso de extensão para jovens com SD e deficiência intelectual. Dê uma olhadinha aqui.
A experiência da Diretoria Regional dos Correios do Ceará, que por mais de quinze anos deu a oportunidade de um primeiro emprego para jovens com SD e outras deficiências intelectuais, serviu de exemplo para que a Câmara dos Deputados contratasse jovens com a mesma deficiência para um setor responsável pela conservação de importantes documentos históricos, segundo relato do responsável pela iniciativa (veja aqui). Você, em sua atividade rotineira, também poderá encontrar formas de apoiar a inclusão dessas pessoas na sociedade. Basta ficar de olhos bem abertos e levar adiante suas ideias para construção de um mundo mais justo.
Se você tiver interesse em acompanhar o assunto, basta se cadastrar em alguns desses grupos nas redes sociais que divulgam informações sobre a SD. Seu apoio é muito importante para construirmos um mundo melhor. Um mundo para todos.
Críticas e sugestões são bem vindas. Abraços e até a próxima quinzena.
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