Mulher em uma cadeira de rodas, segura uma raquete e peteca de badminton, em uma quadra da modalidade

Ela falava que preferia morrer a ficar em uma cadeira de rodas

13/01/2018 Deficiência Física, Depoimentos, Histórias de vida, Notícias 0

01- Você é cadeirante há quanto tempo e por qual motivo?
Quando nasci, peguei infecção hospitalar, que atingiu meu braço esquerdo e minha perna (comeu a cabeça do fêmur), mas isso não impediu que eu andasse até os 11 anos. Em 2014, comecei a ter dificuldades para caminhar e o médico solicitou uma tomografia que constatou que a infecção também tinha atingido a minha coluna; depois de passar por três cirurgias, o médico diagnosticou que eu não voltaria mais a andar. Sou cadeirante há 12 anos!

02- Quais são suas maiores limitações durante o seu dia a dia?
Limitação, essa é uma palavra que desconheço.

03- Como você lidou com a sua deficiência no início? Teve aquele momento de rejeição da realidade?
Ah, no início, foi muito difícil pra mim, não queria aceitar a nova realidade. Logo eu que não parava quieta: pulava corda, dançava, corria, coisas que toda criança gosta de fazer e que, de uma hora para a outra, não pude fazer. Cheguei a entrar em depressão. Eu falava que preferia morrer a ficar na cadeira de rodas.

04- O que te motivou a seguir em frente?
Minha família e, principalmente, minha fé em Deus.

05- Já passou por algum momento preconceituoso? Como se sentiu?
Preconceito, isso é uma coisa que sempre existe. Infelizmente, antes, eu chorava, me sentia diferente das pessoas. Mas, hoje, levo na esportiva, apesar de haver uns sem noção, que merecem uma boa resposta.

06- Na sua opinião, qual a solução para exterminar o preconceito?
Exterminar o preconceito, acho meio difícil, mas se os adultos começassem a ver o mundo como as crianças, aí sim mudaria. Afinal, as crianças são puras, inocentes, elas sim dão muitas lições que, no meu ponto de vista, deveriam ser ensinadas aos adultos. Tratar os outros, sempre, com respeito. Por esse motivo, amo estar com a criançada!

07- Você pratica alguma atividade física e qual a importância em sua vida?
Pratico o melhor esporte que pode existir, o Parabadminton. Através do esporte, perdi um pouco da timidez (antes, parecia que eu era muda de tão tímida que era kkk), consegui realizar algumas coisas pessoais e, principalmente, a independência.

08- Qual o seu maior objetivo para este ano (a entrevista foi realizada em 2016)?
O meu maior objetivo é participar do Pan-Americano e do Internacional que serão realizados na Colômbia.

09- Quem esteve e está sempre ao seu lado que merece ser lembrado?
O apoio da minha família é essencial e os conselhos de uma pessoa (que não posso citar o nome), mas ele é muito especial e me fez olhar a vida de uma outra forma. Acho que se eu não o tivesse conhecido não teria tomado as atitudes que tomei.

10- Para finalizar, bate bola, jogo rápido:

Família é: Tudo

Passado foi: Muito bom

Futuro: Formar uma família

Felicidade: Alcançar os meus objetivos

Deus: Minha fortaleza

* A entrevista com Daniele Souza, 23, de Brasília, foi concedida a Paulo Oliveira, em setembro de 2016, e publicada no site Amigos Cadeirantes. Link está na aba lateral Links Interessantes

Receba um e-mail com atualizações!

Assine e receba, gratuitamente, nossas atualizações por e-mail.

Eu concordo em informar meu e-mail para MailChimp ( more information )

Nós jamais forneceremos seu e-mail a ninguém. Você pode cancelar sua inscrição a qualquer momento.

Compartilhe:

Sem nenhum comentário

Deixe o seu comentário!