Dicas para professores
Vamos começar o mês de julho refletindo sobre o primeiro semestre do ano? Quero muito falar sobre inclusão escolar porque esse é o assunto mais angustiante para as famílias e para as escolas.
Desde que a Associação Fortaleza Azul-FAZ iniciou o projeto “FAZ Visita” já estivemos em dezenas de escolas em Fortaleza e em outros municípios. Então, vamos falar sobre escola mesmo nas férias…
1 – Conheça o aluno e o autismo
A orientação que dou é: ouça os relatos, leia os relatórios, mas OBSERVE. Essa observação é muito mais importante do que aquilo que você recebeu sobre esse aluno nos anos anteriores.
Abra bem os olhos, a cabeça e o coração.
O autismo é um distúrbio de desenvolvimento. Crianças com autismo geralmente têm dificuldade em se socializar e comunicar, e frequentemente desenvolvem fixações com comportamentos repetitivos e hiperfocos.
2 – Registre suas observações
Nesse momento, esqueça o que você leu/ouviu sobre o aluno. Registre as SUAS observações, considerando os aspectos cognitivos, motores, sociais e de autocuidado.
Enxergue além do diagnóstico. Antes de tudo, ele é um aluno. Perceba suas qualidades e preferências.
3 – Mantenha boa relação com a família e com a equipe terapêutica
Aquele aluno passa algumas horas na escola e o restante do dia com a família e terapeutas.
Uma abordagem conjunta e harmônica irá trazer bons resultados.
4 – Defina rotina e objetivos
Crianças com autismo aprendem melhor com uma rotina. Defina e siga uma rotina diária, incluindo intervalos durante as atividades, de preferência com estímulos sensoriais.
Defina objetivos reais para cada área do conhecimento.
5 – Dê instruções curtas
Alunos autistas têm dificuldade em lembrar instruções verbais muito longas. Qualquer tarefa com mais de três passos deve ser fragmentada para melhor compreensão.
6 – Nomeie objetos, sentimentos e necessidades
Muitas crianças autistas são aprendizes visuais. Use cartões com imagens. Sempre pergunte, por exemplo, “- Quer água?” e no momento que ele estiver bebendo indique que aquela sensação era sede. Explique a função de cada objeto (“o lápis é para escrever”, “a bola é para jogar”). Quando ele estiver sorrindo, afirme: – Você está feliz!
7 – Faça uso dos hiperfocos
Utilize fixações como motivação para aprender. Use os interesses do aluno dentro do plano de aula. Se um estudante gosta de dinossauros, por exemplo, peça que ele fale ou desenhe um dinossauro e mostre para a turma; use uma história de dinossauros para iniciar um novo conteúdo (como singular e plural).
8 – Não force a escrita
Habilidades motoras geralmente são um desafio para alunos autistas, e a frustração pode deixar o aprendizado mais difícil. Utilize letras móveis, computador, tablet como ferramenta porque para eles digitar geralmente é mais fácil do que escrever à mão.
9 – Elogie
Valorize cada acerto. Todos nós gostamos que reconheçam nosso esforço, não é?! Elogie sempre, crie um código com ele, que pode ser bater palmas, fazer ok, bater as mãos…
10 – Tenha paciência
O tempo de cada criança é diferente. Não adianta o professor se angustiar e querer respostas imediatas. As conquistas vêm com o tempo e estímulos adequados. Não desista.
11 – Avalie o aluno comparando-o com ele mesmo
Lembra as observações que você fez quando recebeu esse aluno? Retome suas anotações e perceba os avanços. Refaça os objetivos, se necessário.
De maneira nenhuma digo que incluir é fácil, mas afirmo: É POSSÍVEL.
Sugestões de temas, enviar para: fernandacavalieri@gmail.com
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